sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Brasil que eu vou gostar de ver

Em resposta a uma provocação da minha amiga San, do blog Nervosa, resolvi postar alguma coisa, depois de um longo e tenebroso.
Escolhi o título acima por causa do apelo da época eleitoral, em que todo mundo discute se isso ou aquilo vai ser melhor para o país, para o estado, para a indústria, comércio, saúde, segurança, e por aí vai.
Não tem como a gente ficar de fora. Recebemos mensagens via email, ouvimos no rádio, entramos em conversas a respeito de política, enfim, por mais que a gente esteja desiludido com as coisas do jeito que estão, acaba se envolvendo.
Pois bem, então resolvi falar sobre o Brasil que eu vou gostar de ver. Parece tema de redação da sexta série, mas acho que a gente sempre deveria pensar nisso, pelo menos uma vez por ano, para manter o foco.
Então lá vai:
- No Brasil que eu imagino não haverá mais voto de legenda. Vencem os mais votados, sempre. Partido que não conseguir eleger um mínimo de representantes fecha, e ponto final. E o voto será distrital. E para evitar que ignorantes completos sejam eleitos, o candidato a vereador teria que ter o segundo grau completo e fazer um curso de gestão pública por pelo menos quatro anos, com aulas de economia, administração, direito, relações internacionais, entre outras. Mas curso mesmo, nada de certificados emitidos pelas universidades tabajara que tem por aí.
- Para ser eleito prefeito ou deputado, o cara vai ter que ter sido vereador. E para ser governador terá que ter sido prefeito. Para ser senador tem que ter sido deputado federal. E para ser presidente da república, terá que ter sido governador.
Penso que com essas medidas, é o fim dos tiriricas, romários e essas palhaçadas todas. Ou pelo menos vamos ter na política uma escumalha mais preparada.
- Quero um país que seja macho o suficiente para dizer à FIFA e ao COI que, pensando bem, não vamos mais ter nem copa nem olimpíadas por aqui enquanto a infra estrutura estiver uma porcaria. Que com os 500 milhões de custo para cada estádio daria para construir a ferrovia paralela até Paranaguá, prometida há trocentos anos e que nunca sai do papel. Enquanto isso, os trens atuais descem a 6 km por hora. É mais rápido descer a Graciosa a pé.
- Por falar em obras e infra estrutura: sonho com o dia em que os investimentos no setor voltarão a ser decididos por técnicos e não por magistrados, cuja formação acadêmica não permite que tenham opinião própria sobre esses assuntos. Daí que obras ficam paralisadas por décadas, embargadas pela ação de grupos de pretensos defensores do meio ambiente, movidos por questões emocionais, financeiras, políticas, isso quando não acumulam as três.
Por causa desses grupos, hoje em dia seria impossível construir Itaipu. Mas pedir para que seja feito o desligamento da luz da casa deles, nem pensar.
- Gostaria de ver os corruptos e os contrabandistas de armas e drogas condenados por terrorismo, cumprindo penas de prisão perpétua com trabalhos forçados. Sou contra a pena de morte: bandido que é bandido não tem medo de morrer, tem medo é de trabalhar.
- Que os cargos na magistratura deixem de ser praticamente vitalícios. Juiz que soltasse os piores tipos de bandidos como alguns fazem hoje terá que dar boas explicações para seus atos e sofrer processo por corregedoria independente, podendo ser demitido.
- Um país em que fossem extintos 99% dos cargos em comissão no serviço público. Administração pública enxuta e tocada sómente pelo pessoal de carreira.
- Um país em que o congresso não custará os olhos da cara. Cada congressista terá direito a uma verba fixa razoável para cobrir suas despesas com viagens e funcionários. E só.
- Quero ver o fim dos amontoados urbanos. Sonho com transporte urbanos eficientes, tendo como base o trem, como se faz na Europa e no Japão. Que as pessoas possam morar a 40 ou 50 km das grandes cidades e chegar em pouco tempo até lá. Loteamentos poderão ser instalados em bons locais e ninguém precisará se amontoar nos morros e nas beiras de rio para ficar perto de onde tem trabalho.
E sonho com crianças uniformizadas, indo a boas escolas públicas em período integral.
Por enquanto é só, que eu lembre.
Já deu pra perceber que vou votar nulo nesse segundo turno. Não acredito que o vampiro ou a bruxa sejam bem intencionados, e nem que vão tomar qualquer medida, por mínima que seja, no sentido de pelo menos tentar fazer funcionar as coisas da forma que acho que devem ser.
Assim, nem um nem outro terá meu voto, e nem quem vier depois e tiver um discurso diferente do meu.
Resolvi radicalizar.
Calça de veludo ou bunda de fora!!!
You may say i`m a dreamer, but i`m not the only one...

5 comentários:

  1. O esquema é esse mesmo...a lógica também. Quem dera eles te ouvissem! Meu voto é pela alternâcia de poder,no mínimo uma contribuição para manutenção da democracia.

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  2. Ricardo,

    inspiradissimo!!! Deve escrever mais, Parabens a San que te provoca.

    abraços

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  3. You are not the only one, I am sure.
    Sem tirar nem por, Ricardito.
    Eu só acrescentaria que, no país que eu quero, os políticos não poderiam ter salário. Teriam que viver de suas profissões.

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  4. Caraca, meo!
    Gostei, voto em tu!

    Mas tás brabinho no comentário deixado lá no meu blog, hein, cumpadi?

    Uôrrapiá!

    Parabéns, SÉRIO. Muito bom.
    E um batcho
    da
    San

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  5. Um cara que pensa em votar nulo, não pode, jamais, emitir opiniões políticas e muito menos querer orientar outras pessoas.
    Strix.

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